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segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Paint


Eu vejo pessoas coloridas
mas fico feliz por não estar lá
Eu ouço palhaços se tornando carecas
e não sei se isso deveria ser normal

Eu vejo braços necrosados escorrendo pelo ralo
Eu vejo rostos feios se tornando alegres
mas isso se auto-explica porque o azul é a cor predominante no espelho
Graças a isso
eu vejo que a vida é dura demais para quem dorme de menos

Eu quero cortar as fitas coloridas da minha casa
Eu quero arrancar as roupas enfeitadas daquela guria
Eu quero que o mundo inteiro se torne azul

A força que nasce com a noite disse:
vou me retirar
Eu vou me transformar
Eu vou me auto-mutilar

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sábado, 15 de agosto de 2015


Amor Morto

Queres que as páginas sejam escritas de acordo com as histórias que você lê
Você nunca havia me dito 
Que quer aprender a viver 
Quer se  jogar no fogo,
ou me assistir queimar.

Nossos nomes grafados na porta da nossa casa
Em um coração flechado 
Nos fazendo lembrar das nossas cafonices
Até que uma chuva forte derrubou nossa casa 
E nossos nomes se apagaram
Meu coração se partiu...
Então reescrevamos o que  nos foi tomado
E talvés,
 isso tenha algum significado  para nossas memórias sadistas

Notei algo diferente em seu modo de se vestir 
Como se tivesse ouvindo vozes ocultas aos meus olhos
Isso pode dar um final diferente a nosso conto de fadas
Um pôr do sol cinzento ao entarfecer, 
ao invés de mentiras alegres

Testemunho melancolicamente, atormentado, quase louco,
nosso amor morrendo pouco a pouco
e meu querer desfalece.



sábado, 9 de maio de 2015

Poesia Sem Som


Eu sou o poeta da taciturnidade,

Aonde meus cânticos são originados da agonia
E meu silêncio é digno de aplausos,
De todos aqueles que foram poupados,
Da minha ladainha azucrinante


O alfa e ômega dos meus versos,

Foi aquele que não dizia nada,
Se é que algum dia eu quis dizer algo,
Se é que algum poeta quer dizer algo


Preciso revisar meu hino,

Filho do isolamento, 
Da insônia
Do Zunido descendente da minha mente perturbada.



sábado, 28 de fevereiro de 2015

Templo da Necrofilia

 
O estrangeiro repousa no vale do silencio
servindo de banquete aos vermes
enquanto seus ouvidos jorram pus
furtando-o das suas atribuições

Aquela garota esquizofrênica não para de repetir o seu nome,
algo semelhante a um  mantra da minha negação  
junto ao vomito negro
dos pedaços das coisas que lhe roubei 

Revolta decomposta
que ocupa o túmulo do meu amor-próprio

Nossas auras dessalobras autenticas
e nossas angustias bulímicas
são lacunas dos decanos futuros
carbonadas de uma dezena pútrida
de presságios semelhantes

Fenda deformada entre suas pernas
Há ali um triste santuário

Asfixia mental
da minha droga cancerígena
e dessa persistente lama podre
da minha filosofia macabra

Nossos vicios nos atraem
como buracos negros prestes a morrer
e os espectros que nos rodeiam
com os espíritos que vagabundeia ao nosso vagabundear
Aberrações que habitam meus desejos.

Dias estranhos...
Meu gozo é um homem canibal
que viva dos restos dos animais
e dos mortos não sepultados

Hó, eu, o venturoso!
Pois o silencio não me abandona
 e ainda estou envolto 
dos meus assombros de estimação
Sádica  e admirável mente perturbada

As bruxas também sabem forjar sorrisos
e seus sorrisos  me tiram o sono
Sorrisos invisíveis a matéria real...

Acuado pela penumbra eu me questiono:
A qual demônio eu preciso vender a minha alma
para não perder aquilo que não tenho?

Necrófilos 
vos digo que meu corpo é seu templo,
e da penumbra que regurgita
as palavras que aqui escrevo.
 


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Depois do Fim
Gosto de fantasiar o impossível Escrevo para atingi-lo Ainda sim quero te ver andando em minha direção Com suas botas chamativas Seu cabelo sujo Seu vestido rasgado Suas curvas... A sua voz deve ser como eu imagino, Forte e delicada Singular O que não é único em você? Queria mais do que só imaginar Alguém deveria me aconselhar a ouvir meus conselhos Um surdo que ouve De onde tiro essas ideias... Rosto sem expressão Olhos de um morto Sonhos não tem vida Uma lembrança sem rosto O gosto sem sabor Mesmo assim eu vou andando por ruas cinzentas, Com seu rosto sem expressão em mim Algo acabou em mim Meu sorriso Meu eu Despertei... Cortei o nervo que liga o que eu sei com o que eu quero Você me diz que esta feliz Me diz que esta triste Mentiu pra mim Me disse a verdade, Mas sua verdade é uma mentira Isso se tornou um vicio Eu não sei o que é mentira Meus ouvidos me enganam. As vezes olho pela janela sem motivo Espero que algo aconteça, Mas nada se altera Ficar aqui é correr em direção a lugar nenhum Devia ir te visitar amanhã de manhã, Levaria margaridas, rosas brancas ou qualquer coisa que me lembre aquele dia, Mas manhãs são frias, Manhãs são como nossos fantasias, Como o dia em que meu brinquedo quebrou, Você me abraçou e disse que tudo ficaria melhor quando eu acordasse, Acordei no escuro Não queria estar ali Não quero sair da cama Dormindo eu posso estar perto da única luz no fim do túnel Cercado por mim mesmo Vou comprar rosas brancas e lembrar desse sonho como a minha melhor recordação que já tive Mesmo que o personagem principal dessa besteira ache isso uma besteira Meu quarto cheio de rosas, Cheio de lembranças, Cheio de mim Cheio de nada. Isso é um pouco estranho Quem sabe triste Isso tudo é tão "eu" O barulho da chuva cheira a algo bom, O cheiro de quando me escondi no seu armário pra olhar seus segredos Alucinações com essa não deveriam acabar Nunca deveriam acontecer Não deveriam ser piores que recordações, Recordações doem como uma chute no estômago Mas já me acostumei Isso tudo chega a ser divertido Ontem o dia estava ensolarado, Dias claros me lembram alguém do meu passado Você faz parte do meu passado, certo? Eu gosto de dias nublados Eu queria que o ontem voltasse, Mas parece tão distante... Restaram memórias estranhas Ontem parecia com você Hoje o dia parece comigo.


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Última Página 

Sim, eu fui embora
Sim, eu fui embora
Sim, eu sou um suicida
Eu entendo que você é melhor que eu
Você me olha com um...

 Sim, eu sou um suicida,
 Entendo que você é melhor
 Essa deve ser a minha pior noite

Vejo o inesperado
Eu vou estar aqui, eu iria parar lá, eu irei para o rio laranja
Eu perguntei a este homem feio
Ele respondeu vida é tudo que eu não posso ser

Sim, sou um suicida, estendo que você é melhor você olha com um..
E subir de volta E ir balanço Eu posso me empurrar ?
Sim, eu fui embora Sim, eu fui embora
Sim, eu sou um suicida

Eu entendo que você é melhor que eu
Você me olha com um...
Antes da subida de volta
Sente-se aqui

A última página do meu livro de Nirvana
Querida lu Que está perto de meu livro Primeiro?
Eles buscam baixo Apodrecendo cadáver
Eles me chamaram idiota

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Fim

A morte da minha melhor amiga amadureceu abruptamente
Não posso  implorar o regresso de alguém que nunca existiu 
Homem cego
Como se perde o que nunca foi seu?

Os pilastres do templo de nossa decadência estão danificados,
rachados, desabam sobre as sombras e do mar congelante
O desfecho vem antes do esperado
Um vendaval levará toda  historia desse lugar doente

Abandonei minhas esperanças, meus motivos, meus prazeres, meus vícios
Volto ao ponto de partida
Nunca é muito tarde para retomar velhas decisões
Nascemos sozinhos, morremos sozinhos,
assim que as coias devem ser
A vida real sempre esmaga nosso planos.