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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Como Posso Gritar Em Silencio

Meus poemas são a minha singular forma de vociferar em silencio
O vento indiferente invade minha janela
Abraça-me, desfere-me um inaudito beijo suicida 
Pobre indivíduo que esta em comunhão com os espíritos soturnos
Sua cabeça jornadeia ao som dos lamentos fúteis que o deprimem

Desconheço se presencio o instante que deixo de ser fidedigno e torno-me um pesadelo
Amputar esboços positivas levando-me a meu ócio mórbido 
Sinto-me confortável quando anseio morrer,
Finalmente descobri o valor de sucumbir ao niilismo

Os seus segredos foram desvelados
Pessoas impuras usam meu cadáver como brinquedo
Não se sinta especial por te julgarem um coitado
Não ache que alguém morreria pelo que você acredita ser sagrado

Eu sou induzido a pular desse mundo estranho
Cair nas trevas e ver a face raivosa e barulhenta do silencio
Em câmera lenta vou mais fundo nesse abismo
Sinto-me  atraído pela autodestruição
Sei que posso olhar-me no espelho e apreciar minha alto-piedade 

Não a um fim honroso para uma alma perturbada e trevosa
A realidade é bem distinta  da quimera que tua mente visualizou
Jazer bem como morrer te traz a destruição do silêncio 
A gangrena decomposta  que corroí minha alma, coração e sanidade vai despedaçar
Meus medos vão se tornar lembranças
Minhas dores querem um descanso, minhas feridas desistiram de me torturar

O que se deve fazer quando seu único  fármaco para de fazer efeito?
De quem é a culpa quando tudo as coisas que acreditávamos se tornam mentiras?
Respirar é doloroso pra quem não sabe o sentido disso
Resumimo-nos a historias, sentimentos e ódio misturados a um vazio imóvel
Não se sinta mal por ser patético, pois o fato de estar vivo te faz um heteróclito
Não finjo ser algo que eu quero ser por medo de me tornar um monstro sem alma

Encontrarei minhas respostas quando esmoei minha agonia e aprender a gritar em silencio

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